Mensagem de Felicitações | Dom Victor Kernicki

 

DOM LUCAS HENRIQUE LORSCHEIDER EP 

POR MERCÊ DE DEUS E DA SÉ APOSTÓLICA
BISPO TITULAR DE DAGNO E AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE DE PARAÍBA DO SUL

CARTA DE FELICITAÇÃO 


Venerável e estimado Dom Victor Kernicki Scognamiglio,
Eleito Bispo Diocesano de Grão-Pará,

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, que jamais abandona a sua Igreja e, em cada tempo, suscita pastores segundo o Seu Coração para conduzir o Seu Povo Santo pelos caminhos da verdade, da justiça e da caridade que salva. É com profunda alegria, sincera admiração e filial devoção que me uno a todo o Povo de Deus para felicitá-lo pela sua nomeação à nobre, exigente e providencial missão episcopal na Diocese de Grão-Pará. Que as graças derramadas sobre o senhor neste momento singular possam frutificar abundantemente na vida e na história daquela Igreja particular, confiada agora à sua paterna solicitude.

A nomeação de um bispo é sempre um momento de júbilo para a Igreja, mas também de renovação espiritual e pastoral. É ocasião para revigorar a fé, reacender a esperança e restaurar a caridade em sua forma mais elevada: aquela que nasce do coração de Cristo e alcança todos os seus fiéis. É, sobretudo, um sinal de que Deus nunca deixa de caminhar com o seu povo. Através do Sucessor de Pedro, que o chamou para este serviço, o senhor se torna presença visível do Bom Pastor, que conhece suas ovelhas, as chama pelo nome e dá a vida por elas.

Permita-me, portanto, expressar com sinceridade e profundidade a alegria que ressoa na Igreja ao contemplar o senhor assumindo essa missão: alegria que nasce de sua vida de fidelidade, de seu testemunho sacerdotal, de sua dedicação apostólica e de seu amor filial à Santa Igreja. Sua nomeação não apenas honra a sua trajetória, mas também projeta uma luz nova sobre o futuro da Diocese de Grão-Pará, que agora o recebe como pastor, mestre, guia, irmão e pai espiritual.

A Diocese de Grão-Pará — marcada por sua história missionária, pela força de seu povo, pela piedade simples e profunda, pela tradição católica arraigada e pela vivência comunitária que guarda traços do Evangelho — é um território sagrado onde Deus escreve capítulos luminosos de amor e doação. Ali, a fé dos pequenos, dos trabalhadores, das famílias e das comunidades ressoa como um cântico que há muito pede um pastor dedicado, prudente, zeloso e ousado na caridade.

Sua nomeação chega, portanto, como resposta às súplicas da população, aos anseios dos agentes pastorais, ao clamor silencioso daqueles que carregam cruzes invisíveis e à esperança daqueles que aguardam a presença firme de um bispo que una, confirme, anime, cure e fortaleça.

Na missão episcopal, o senhor encontrará corações sedentos de Deus — e estes corações o acolherão com ternura, com respeito e com aquela infalível confiança que o povo de Grão-Pará sabe demonstrar àqueles que caminham com ele. Ali, Dom Victor, o senhor descobrirá mais uma vez aquela alegria profunda de ser padre: alegria de oferecer Cristo às almas, de ser ponte entre Deus e seu povo, de ser instrumento da graça e ministro da verdade que liberta.

Em cada nomeação episcopal, a Igreja reaviva o mandato de Cristo aos Apóstolos: “Ide e fazei discípulos”. O senhor, chamado agora ao colégio dos sucessores dos Apóstolos como pastor de uma Igreja particular, assume uma missão gravíssima e gloriosa. Gravíssima, porque exige o dom de si até às últimas consequências. Gloriosa, porque, por meio dela, o senhor participa da própria missão do Cristo Pastor, Mestre e Servo.

Desejo, pois, exortar-lhe com ânimo e coragem.

Tenha coragem, Dom Victor, pois a missão é divina. Não tema diante das dificuldades, das incompreensões, das fadigas e das noites escuras que inevitavelmente surgem na condução do rebanho. O próprio Senhor, que o chamou, o sustentará. Ele prometeu: “Eu estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos”. A coragem que nasce dessa promessa não é mera força humana, mas certeza sobrenatural.

Tenha ânimo, porque o Espírito Santo o precede em todas as suas ações episcopais. O bispo nunca atua sozinho: o Paráclito é o autor de todo fruto que nasce da pregação, da santificação e da direção feita em nome de Cristo. Onde o senhor for, o Espírito irá; onde o senhor levantar a mão para abençoar, Ele derramará graça; onde o senhor falar com autoridade, Ele confirmará; onde o senhor sofrer pelo Evangelho, Ele lhe dará consolação.

Tenha firmeza, porque um bispo é chamado a ser coluna de verdade. O povo de Deus espera de seu pastor clareza doutrinal, fidelidade absoluta ao Magistério, amor pela Liturgia, zelo pela santidade da Igreja e dedicação total às almas. Um bispo que guarda a verdade é um farol para os fiéis e uma muralha contra os erros.

Tenha misericórdia, porque é próprio do pastor tocar as feridas. A misericórdia não enfraquece a verdade, mas a torna mais luminosa. Em seu pastoreio, o senhor encontrará corações feridos, famílias dilaceradas, jovens desorientados, idosos solitários, sacerdotes cansados e consagrados que precisam ser fortalecidos. Seja para todos imagem da ternura de Deus.

A caridade pastoral é o centro da missão do bispo. Ela é, como dizia São João Paulo II, “a alma do ministério”. É o dom que faz com que o pastor não viva para si, mas para Cristo e para os que lhe foram confiados.

A vida do bispo é uma oblação permanente: no altar, no confessionário, na administração, nas visitas pastorais, nos encontros com o clero, na proximidade com os pobres e excluídos, na direção da pastoral, na condução das paróquias, seminários, movimentos e comunidades.

Sua nomeação, Dom Victor, é um convite a reacender essa caridade em todos os que o cercam. Um bispo santo faz nascer sacerdotes santos. Um bispo fervoroso anima o presbitério. Um bispo firme fortalece a unidade diocesana. Um bispo contemplativo desperta o desejo de santidade. Um bispo profundamente humano e profundamente de Deus transforma o tecido eclesial inteiro.

A Diocese de Grão-Pará verá em seu novo pastor não apenas um administrador, mas um pai. Não apenas um mestre, mas um amigo. Não apenas um guia, mas uma presença que reconcilia, fortalece e constrói.

Permita-me recordar, com humildade, aquilo que a Igreja espera de um bispo nos tempos atuais:

  1. Que seja testemunha viva de Cristo, e não apenas um representante institucional.
  2. Que seja defensor da verdade, mesmo quando custar aplausos.
  3. Que promova a santidade do clero, garantindo formação sólida, vida espiritual, acompanhamento e unidade.
  4. Que ame a Liturgia, preservando a sacralidade e cuidando do culto a Deus como seu bem mais precioso.
  5. Que cuide dos pobres, levando-lhes o rosto compassivo de Cristo.
  6. Que caminhe com seu povo, não distante, mas presente.
  7. Que seja homem de oração, pois sem ela o episcopado perde sua alma.
  8. Que governe com prudência e fortaleza, equilibrando firmeza e mansidão.
  9. Que tenha coração missionário, sempre disposto a “sair”, a visitar, a acolher, a evangelizar.
  10. Que seja homem de comunhão, construindo pontes, não muros.

Tudo isso, Dom Victor, o senhor já demonstrou ao longo de sua vida sacerdotal. Sua nomeação apenas confirma aquilo que muitos já reconheciam: Deus encontrou em sua vida um terreno fértil.

Os fiéis de Grão-Pará o aguardam com expectativa serena e esperançosa. Esperam ouvir sua voz, receber sua bênção, sentir sua presença, aprender com sua sabedoria e, sobretudo, crescer na fé sob seu pastoreio.

O clero diocesano — padres, diáconos, seminaristas e consagrados — verá no senhor uma referência de fidelidade ao Evangelho. Eles esperam alguém que caminhe com eles, que os conheça, os escute, os oriente, os anime e os fortaleça nos momentos de dificuldade.

As famílias esperam um pastor que as ajude a enfrentar os desafios contemporâneos com fé, firmeza e esperança. Os jovens esperam um bispo que os inspire. Os idosos esperam palavras de consolo. Os pobres esperam mãos estendidas. As comunidades esperam direção segura.

E todos, sem exceção, esperam santidade.

Permita-me fazer um apelo: não perca a esperança. Um bispo não é chamado a ser gestor de crises, mas testemunha da esperança cristã. A esperança é a força que mantém o pastor firme quando tudo parece contrário; é a certeza de que Deus conduz sua Igreja; é a confiança de que nenhuma cruz é maior que a graça.

A esperança o sustentará em sua missão, e sua missão sustentará a esperança do povo.

Em nome de todos os que o admiram, o estimam e o acompanham espiritualmente, desejo-lhe um episcopado fecundo, luminoso, profundamente santo e plenamente configurado a Cristo. Que Maria Santíssima, Mãe da Igreja e Rainha dos Apóstolos, envolva seu ministério com sua ternura materna. Que São José, guardião da Igreja, o proteja. Que os santos padroeiros de Grão-Pará o inspirem diariamente.

Que cada gesto seu seja fecundado pela graça.
Que cada palavra sua seja instrumento de verdade.
Que cada decisão sua seja iluminada pelo Espírito Santo.
Que cada cruz seja ocasião de santificação.
Que cada alegria seja partilhada com o povo.
Que cada lágrima seja transformada em semente de ressurreição.

E que o senhor viva seu episcopado como quem vive um grande “sim” a Deus — um “sim” humilde, total e irrevogável.

Receba, pois, Dom Victor, o testemunho profundo de minha alegria e minha comunhão orante. Que seu ministério seja frutuoso, audacioso, manso e firme, marcado pelo zelo apostólico que caracteriza os verdadeiros pastores chamados por Cristo.

Deus o abençoe abundantemente.
A Igreja o acolhe com alegria.
E seu povo o espera com amor.

Em Cristo, único Pastor e Senhor,

 LUCAS HENRIQUE LORSCHEIDER
Bispo titular de Dagno
Auxiliar da Arquidiocese de Paraíba do Sul
Chanceler pro Tempore dos Arautos

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