Carta de Felicitações | Pe. Sávio Rodrigues

 

ASSOCIAÇÃO ARAUTOS DO EVANGELHO 


MONS. VICTOR KERNICKI SCOGNAMIGLIO 
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
BISPO TITULAR DE MAURIANA
BISPO AUXILIAR DE BRASÍLIA

CARTA DE FELICITAÇÕES

Reverendíssimo Padre Sávio Rodrigues,

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Com o coração transbordante de alegria e gratidão a Deus, a Associação de Direito Diocesano Arautos do Evangelho vem, por meio desta missiva, unir-se a Vossa Reverendíssima na celebração destes oito meses de seu sacerdócio ministerial, dom incomparável que Nosso Senhor, na Sua infinita misericórdia, concedeu à Santa Igreja e, de modo particular, à nossa família espiritual.

Desde os primórdios da história da salvação, o chamado de Deus ao homem para servir-Lhe de modo especial tem sido sinal de predileção divina. Assim foi com os sacerdotes da Antiga Aliança; assim foi com os Apóstolos; assim é hoje com aqueles que, respondendo generosamente à voz do Mestre, deixam tudo para segui-Lo (cf. Mt 19,27). É com esta consciência que contemplamos sua vida, Pe. Sávio, reconhecendo que sua ordenação não foi fruto de acaso ou mera decisão pessoal, mas expressão da eleição amorosa de Deus, que “desde o seio materno” (cf. Jr 1,5) já o conhecia e preparava para esta missão.

Nestes oito meses, o senhor tem sido presença viva de Cristo no meio do seu povo. A cada Santa Missa celebrada, vemos renovar-se o mistério pascal de Nosso Senhor, por suas mãos consagradas e por sua voz que pronuncia as palavras da transubstanciação, tornando o Pão e o Vinho Corpo e Sangue do Salvador. A cada confissão que o senhor acolhe, o próprio Cristo, Bom Pastor, se inclina para buscar a ovelha ferida e reconduzi-la ao redil. A cada bênção, conselho e gesto de misericórdia, resplandece o sinal de que o sacerdócio é ministério de amor, serviço e entrega.

O Concílio Vaticano II recorda com belíssima clareza que “os presbíteros, configurados a Cristo, Cabeça e Pastor, agem na pessoa de Cristo” (Presbyterorum Ordinis, 2). Isto significa que sua vida já não lhe pertence: ela é, de modo sacramental e indelével, um prolongamento da presença do próprio Redentor no mundo. É a Ele que o senhor empresta sua voz, suas mãos, seu coração. É por Ele e n’Ele que o senhor vive, movido pelo Espírito Santo, a serviço da Igreja e para a glória do Pai.

O sacerdócio, no entanto, não é uma dignidade humana, mas um dom divino que nos ultrapassa. Por isso, também é exigente: pede santidade, fidelidade, mortificação e contínua conversão. Como ensina São João Maria Vianney, patrono dos párocos: “O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus”. Um amor que se derrama sem reservas, que se doa sem buscar recompensas terrenas, que se consome como vela no altar para iluminar e aquecer as almas.

Nestes primeiros oito meses, temos visto em seu ministério a marca desse amor: o zelo ardoroso pela liturgia bem celebrada, a atenção delicada aos fiéis que lhe são confiados, o empenho em anunciar a Verdade com clareza e coragem, mesmo diante das dificuldades. Sua presença entre nós é motivo de edificação e estímulo para que todos perseveremos na fidelidade à nossa vocação específica, dentro da missão da Igreja.

Recordamos ainda que, no dia de sua ordenação, quando deitou-se prostrado no chão da igreja, o senhor entregou-se inteiramente a Deus e à Sua Igreja. As ladainhas dos santos, entoadas naquele momento, foram como um manto de intercessão que o envolve até hoje. Os Apóstolos, mártires, confessores e doutores, as virgens e todos os santos da Igreja, clamaram ao Senhor para que o guardasse fiel até o fim. Hoje, ao celebrar mais um marco de sua vida sacerdotal, renovamos espiritualmente aquele pedido: que o Senhor o conserve sempre firme, santo e fiel.

O Código de Direito Canônico, no cânon 276, §1, lembra que “os clérigos são obrigados, de maneira especial, a buscar a santidade, pois, consagrados de maneira nova a Deus pela recepção da ordem, são dispensadores dos mistérios de Deus a serviço do Seu povo”. Este não é apenas um ideal, mas um chamado concreto, que o senhor tem vivido com admirável generosidade.

Pe. Sávio, o mundo de hoje, tão marcado pelo relativismo, pela indiferença religiosa e pela sede de autenticidade, precisa de sacerdotes que sejam sinais claros de Deus. Sacerdotes que, mais do que palavras, transmitam o Evangelho pela coerência de vida; que, mais do que gestos exteriores, transmitam a paz e a verdade pela presença; que, mais do que administradores de coisas sagradas, sejam pais espirituais capazes de gerar e cuidar de filhos para Deus. Sua vocação é resposta a esta necessidade urgente.

Por isso, neste momento, nossa Associação eleva um profundo Te Deum ao Altíssimo. Louvamos a Deus por sua vida, por sua entrega, por cada instante de dedicação ao Reino. Louvamos a Deus porque, ao chamar o senhor ao sacerdócio, Ele também nos concedeu o dom de sua presença em nossa família espiritual, partilhando conosco os ideais, a espiritualidade e a missão que nos une.

Não podemos deixar de evocar a maternal proteção da Santíssima Virgem Maria. Ela, Mãe do Sumo e Eterno Sacerdote, esteve junto a Cristo desde Belém até o Calvário, oferecendo-O e oferecendo-se com Ele pela salvação da humanidade. Que Maria seja sempre seu modelo perfeito de fidelidade e sua companheira inseparável na missão. Que em cada Eucaristia, em cada pastoral, em cada ato de caridade, o senhor sinta a presença e a intercessão de Nossa Senhora sustentando-o.

Também pedimos a São Miguel Arcanjo, nosso padroeiro, que o defenda de todo mal, de toda tentação e de todo desânimo. Que o proteja nas batalhas espirituais e o fortaleça para conduzir as almas ao encontro com Cristo. E invocamos São João Maria Vianney, para que interceda por sua perseverança, zelo e santidade sacerdotal.

Caro Padre Sávio, sabemos que o caminho do sacerdócio é repleto de alegrias espirituais, mas também de cruzes. É próprio do sacerdote participar de modo particular do mistério da cruz de Cristo, carregando-a com amor, transformando cada dificuldade em ocasião de união mais íntima com o Senhor. Este é o caminho seguro para que seu ministério produza frutos duradouros.

Em nome de toda a nossa Associação, agradeço por sua disponibilidade generosa em servir. Agradeço pela palavra amiga, pelo sacramento ministrado, pela oração oferecida, pelo exemplo silencioso. Tudo isso fala mais alto do que imaginamos e toca corações de maneiras que, muitas vezes, só conheceremos na eternidade.

Ao completar estes oito meses de sacerdócio, renove com confiança seu “sim” a Deus. Reze com São Paulo: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). E recorde que sua vida sacerdotal, mesmo nos pequenos gestos cotidianos, é capaz de transformar o mundo, pois é ação de Deus através de suas mãos consagradas.

Conte sempre com o apoio, a amizade e as orações de todos nós, seus irmãos na fé. Que possamos caminhar juntos, unidos na mesma missão de evangelizar e santificar, para maior glória de Deus e salvação das almas.

Concluímos esta carta com uma prece:

Senhor Jesus Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote, nós Vos agradecemos pelo dom do sacerdócio do Pe. Sávio Rodrigues. Conservai-o fiel, generoso e santo. Que, sustentado pela graça divina e pela intercessão de Maria Santíssima, ele continue a ser reflexo vivo do Vosso amor e presença no mundo. Amém.

Receba, Reverendíssimo Padre, o nosso abraço fraterno, a nossa gratidão e os nossos mais sinceros parabéns. Que estes oito meses sejam apenas o início de uma vida sacerdotal fecunda e luminosa, até o dia em que, pela misericórdia de Deus, juntos participaremos do banquete eterno no Céu.

Com filial estima e bênção,

Em Jesus e Maria,

Dada e passada na cidade de Roma, no primeiro dia do mês de agosto do ano do Senhor de dois mil e vinte e cinco.


DOM VICTOR KERNICKI SCONAMIGLIO 
Superior Geral


DOM JOÃO PAULO CARDEAL SOARES E.P
Chanceler 


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