APOSTILA FORMATIVA DOS ARAUTOS DO EVANGELHO

SOCIEDADE DE VIDA CLERICAL

VIGOR FLOS CARMELI 

 ________________________________________________________________________________

APOSTILA FORMATIVA DOS ARAUTOS DO EVANGELHO 


APRESENTAÇÃO 

Esta apostila foi elaborada visando proporcionar uma formação sólida, espiritual e doutrinária, alinhada com os princípios católicos e com o carisma específico dos Arautos: servir com alegria, generosidade e fidelidade à Igreja, sob a guia segura do Magistério da Igreja e em união com o Papa. 

Ao longo desta apostila, iremos percorrer diversos temas fundamentais que estruturam a vida cristã e o ideal dos arautos, ajudando cada membro, seja aspirante, consagrado ou simpatizante, a aprofundar sua identidade espiritual e missão evangelizadora.

Mais do que transmitir conhecimentos, esta apostila visa formar almas apaixonadas por Deus, zelosas pela verdade e dispostas a viver o Evangelho com entusiasmo e fidelidade. É um convite à conversão diária, ao aprofundamento da fé e à doação generosa no serviço à Igreja. 

 

1. ESTÁGIO DE FORMAÇÃO

QUEM SÃO OS ARAUTOS DO EVANGELHO

QUEM SOMOS? 

Antes de aprofundarmos a formação cristã e espiritual, é essencial entendermos quem somos, de onde viemos e para onde caminhamos como Arauto do Evangelho.
Conhecer nossa identidade e missão nos ajuda a viver com mais consciência e responsabilidade o chamado que Deus nos faz através deste carisma.

Fundador: Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

  • O fundador dos Arautos do Evangelho é Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, brasileiro, nascido em 15 de agosto de 1939, na cidade de São Paulo – SP.
  • Desde jovem, Mons. João manifestou grande amor à Igreja e profundo zelo pela verdade católica, dedicando-se à apologética, ao estudo dos Santos, da Sagrada Escritura e da doutrina tradicional da Igreja.
  • No final da década de 1950, iniciou um grupo de jovens com formação espiritual, cultural e missionária, que viria a ser a base do que, anos depois, se tornaria os Arautos do Evangelho.
  • Mons. João foi ordenado sacerdote tardiamente, em 15 de junho de 2005, aos 65 anos, após uma vida inteira de dedicação apostólica.

Carisma: Evangelizar com Beleza, Clareza e Fervor

  • O carisma dos Arautos une fidelidade à doutrina católica, defesa da tradição, vida de oração e apostolado ativo.
  • Uma das marcas do movimento é a evangelização através da beleza: música, liturgia bem celebrada, arte sacra, harmonia no vestuário e na conduta.
  • Tudo é feito com o objetivo de levar as almas a Deus por meio de Maria, de forma profunda, reverente e transformadora.

Aparência e Estilo de Vida

  • Os Arautos são facilmente reconhecidos por seu hábito marrom com uma grande cruz vermelha e branca no centro, cinto em couro e capa.
  • Seu modo de vida se inspira na cavalaria medieval cristã, símbolo de nobreza de alma, pureza, coragem e serviço à Igreja.
  • Usam instrumentos como trompetes, tambores, gaitas, órgãos e corais, como forma de evangelização pela música sacra.
  • O nome "Virgo Flos Carmeli" (“Virgem Flor do Carmelo”) faz referência à profunda devoção mariana da associação. 

2. ESTÁGIO DE FORMAÇÃO 

HISTÓRIA DO HÁBITO DOS 

   ARAUTOS DO EVANGELHO    

Introdução

O hábito dos Arautos do Evangelho é uma das características mais marcantes e simbólicas da associação. Ele não é apenas uma veste, mas um testemunho visível de um ideal espiritual e missionário. Inspirado nas tradições da cavalaria cristã e na devoção mariana, o hábito traduz, em cores, formas e estilo, o espírito de nobreza, pureza, zelo e entrega total a Deus e à Igreja.

Origem e Conceito do Hábito
  • O design do hábito foi concebido pelo fundador da associação, Mons. João Clá Dias, EP, nos anos que antecederam o reconhecimento oficial da associação (entre 1998 e 2000).
  • A inspiração veio do desejo de exteriorizar a espiritualidade e a missão dos Arautos com um símbolo forte, belo, austero e solene.
  • O hábito deveria refletir:
  1. A disciplina e o heroísmo da cavalaria cristã
  2. A fidelidade à Cruz de Cristo
  3. A pureza e autoridade da Igreja
  4. A consagração total a Maria Santíssima 



Reconhecimento Oficial

  • O hábito foi adotado oficialmente pelos Arautos do Evangelho com o reconhecimento pontifício da associação em 22 de fevereiro de 2001, pelo Conselho Pontifício para os Leigos.
  • Desde então, tornou-se símbolo institucional universal da associação, utilizado em todas as nações onde os Arautos estão presentes

 

3. ESTÁGIO DE FORMAÇÃO  

CORES E SIGNIFICADOS DO HÁBITO

DOS ARAUTOS DO EVANGELHO 

 

Cores e Significados

  • Marrom escuro: Representa a penitência, a humildade e a terra, lembrando que viemos do pó e ao pó voltaremos, mas que nossa alma está voltada para o alto.
  • Bege (areia): Representa a pureza de intenção, a clareza da fé e a luz de Cristo.
  • Cruz vermelha e branca (corrigir) (no centro do peito):

  1. Vermelho: O sangue de Cristo derramado por amor; coragem e sacrifício.
  2. Branco: A luz, a pureza e a ressurreição; a vitória de Cristo sobre a morte.

 Cruz estilizada
  • A cruz do hábito é inspirada na cruz da Ordem de Santiago, uma antiga ordem militar-religiosa da Idade Média.
  • Ela também carrega traços da cruz da Ordem dos Cavaleiros do Santo Sepulcro, simbolizando a ligação com a tradição da cavalaria cristã.
  • Representa a disposição do Arauto de lutar espiritualmente pela fé, pelo Reino de Cristo e pela honra de Nossa Senhora

Outros Elementos do Hábito 


Corrente de metal 

  • Usada como parte do hábito, representa a união e a fidelidade ao carisma.
  • Simboliza também a firmeza na fé e o vínculo indissolúvel com Cristo e com a missão de anunciar o Evangelho.
 Botas de couro 
  • Utilizadas principalmente em cerimônias, representam prontidão, disciplina e nobreza.
  • Também indicam que o Arauto está pronto para caminhar e anunciar o Evangelho.

 Rosário ou terço preso à corrente (corrigir)
  • Em muitos casos, os Arautos portam um terço preso ao lado direito do cinto, sinal da presença contínua de Maria em sua vida e missão.
  • Símbolo de Testemunho Público
  • O hábito não é apenas cerimonial. Ele é testemunho público e visível de pertença a Cristo e à Igreja.

  • Quando um Arauto está em missão, seu hábito fala antes mesmo das palavras:

  1. Chama atenção para o Sagrado
  2. Desperta a curiosidade e a fé nas pessoas
  3. Mostra que ainda há quem lute, creia e evangelize com coragem

 Uso Litúrgico e Diário 

  • O hábito é utilizado:
  1. Em missas e liturgias
  2. Nas missões marianas
  3. Em atividades de formação
  4. Durante visitas com a imagem peregrina
  5. Em eventos e procissões solenes
  • Em contextos cotidianos (como estudos ou recreação), os Arautos podem usar roupas simples, mas sempre dignas e discretas.
 Só lembrado que o hábito marrom é clerical (diáconos e padres) e o marfim é dos leigos maiores de 18 A cruz possui também o dourado, veja o significado depois Não tem cinturão e sim a corrente, símbolo da amorosa Escravidão botas são utilizada em todos os momentos com o hábito

Conclusão 

O hábito dos Arautos do Evangelho é mais que um uniforme: é um símbolo sagrado, um compromisso visível, uma armadura espiritual. Ele lembra ao mundo e ao próprio Arauto que sua vida pertence a Cristo e que tudo deve ser feito para maior glória de Deus, por meio de Maria Santíssima.

“O hábito não faz o monge... mas ajuda a lembrar ao monge o que ele deve ser.”
(Provérbio adaptado à espiritualidade arautos)

 

4. ESTÁGIO DE FORMAÇÃO

COMO UM SACERDOTE ARAUTO 

     DEVE CUIDAR DE UMA PARÓQUIA     

 

Introdução: O Arauto como sacerdote a serviço da Igreja

Um padre ou bispo dos Arautos do Evangelho pertence à Sociedade Clerical Virgo Flos Carmeli, uma sociedade de vida apostólica de direito pontifício.

Portanto, um sacerdote Arauto é, antes de tudo, um clérigo da Igreja Católica Apostólica Romana, com todos os direitos, obrigações e graças que derivam do sacramento da ordem, e cuja missão principal é salvar almas e guiar os fiéis rumo à santidade.

Missão específica do sacerdote Arauto

Ao assumir o cuidado de uma paróquia, capela ou comunidade, o sacerdote Arauto:

  • Leva consigo o carisma próprio dos Arautos: evangelização através da beleza, reverência, fidelidade à doutrina e amor a Maria;
  • Age em obediência ao bispo diocesano, mesmo sendo membro de uma sociedade pontifícia;
  • Busca reavivar a vida espiritual do povo de Deus, promovendo uma vida litúrgica rica, catequese sólida e apostolado constante.

As principais funções do sacerdote Arauto numa paróquia/capela

Santificar: Ministro da Liturgia e dos Sacramentos

O sacerdote Arauto deve:

  • Celebrar a Santa Missa diária com nobreza litúrgica, com música sacra, uso correto das vestes, silêncio e piedade.
  • Promover a devoção a Nossa Senhora, especialmente através do Rosário diário, Coroações e primeiros sábados;
  • Zelar pela formação litúrgica dos ministros e fiéis.

Ensinar: Ministro da Palavra e da Verdade

O Arauto deve ser, antes de tudo, um catequista fiel ao Magistério:

  • Oferecer homilias doutrinárias e bem preparadas, com profundidade teológica e clareza pastoral;
  • Promover grupos de estudo doutrinário, especialmente sobre o Catecismo da Igreja, o Magistério, a História da Igreja e Mariologia;
  • Incentivar a leitura espiritual dos santos, especialmente os ligados ao carisma: São Luís de Montfort, Santo Afonso, São Tomás de Aquino, São Bernardo, etc.

 Governar: Pastor de almas e administrador prudente

O sacerdote Arauto, como pároco, reitor ou capelão, deve:
  • Organizar bem a vida da paróquia, com horários fixos, regras claras e espírito de ordem;
  • Promover reuniões de pastoral, incentivando movimentos e zelando pela fidelidade à doutrina;
  • Ser presente entre os fiéis, visitando doentes, famílias, abençoando casas com a Imagem Peregrina de Maria;
  • Administrar com transparência e austeridade os bens da Igreja, prestando contas à diocese conforme as normas do Direito Canônico

  • A influência do carisma Arauto no pastoreio
  • O cuidado pastoral de um sacerdote Arauto não se resume a funções administrativas ou litúrgicas. Ele tem um espírito missionário e formador, que o leva a:
  • Evangelizar com beleza
  • Missas solenes com coral e orquestra (quando possível);
  • Capelas e igrejas decoradas com dignidade, imagens clássicas e crucifixos centrais;
  • Uniformidade nas vestes litúrgicas e nos gestos.

Formar com clareza

  • Uso de obras da Tradição da Igreja e da literatura espiritual sólida.

Viver com pureza e nobreza

  • O sacerdote deve ser exemplo de modéstia, caridade e oração, como um autêntico cavaleiro de Maria.

  • Sua vida deve refletir o lema dos Arautos:

Evangelii Praecones” — Arautos do Evangelho

 

Particularidades na atuação de clérigos mais elevados (monsenhor ou bispo)

 Monsenhor 

  • Um monsenhor Arauto continua sua missão como sacerdote, mas pode:

  1. Representar o carisma em celebrações diocesanas;
  2. Ser responsável por formação de outros padres;
  3. Assumir cargos de direção eclesial em nome da diocese.

 Bispo 

  • Um bispo Arauto mantém fidelidade total à Igreja, à diocese e ao Papa.
  • Deve atuar como:

  1. Pastor supremo de sua diocese, promovendo a comunhão eclesial;

  2. Guardião da doutrina, promovendo a unidade entre fé e razão;

  3. Modelo de caridade pastoral e beleza litúrgica 

  4. Obediência à diocese e comunhão com o Papa

    Apesar de serem parte de uma sociedade diocesano, os Arautos do Evangelho devem obedecer e colaborar com o bispo local:

  5. O pároco Arauto responde ao bispo diocesano conforme o Direito Canônico (Cân. 515-552).
  • O sacerdote Arauto não impõe seu carisma à força, mas o oferece como riqueza a serviço da paróquia, sempre em comunhão e respeito com a autoridade diocesana.

     

     

    MONS. VICTOR SCOGNAMIGLIO
    Superior-Geral

    PE. SÁVIO RODRIGUES, E.P
    INSTRUCTOR HERALDICUS  




     

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem